A ginecologia é porta de entrada da mulher para a assistência básica de saúde, e essa relação com o profissional precisa ser mais acolhedora e humana.Você sabia que a primeira ida ao ginecologista deveria ser logo no início da vida menstrual?
Por falta de informação e acolhimento, a maioria das mulheres só busca atendimento ginecológico para tratar de alguma doença, buscar métodos contraceptivos ou devido a uma gravidez não-planejada. Precisamos falar sobre EDUCAÇÃO SEXUAL! No dia 28 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
A Become Odara, em parceira com a Girl Up - Conceição Evaristo, lançou a campanha #GinecologiaComEmpatia em uma busca por mais acolhimento nos consultórios médicos e conscientização das mulheres sobre o que esperar da primeira visita ginecológica.
Para isso, a Become Odara ouviu a experiência ginecológica de 20 mulheres (brasileiras e americanas), conversou com a presidente da Comissão Nacional Especializa de Ginecologia Infantopuberal da Febrasgo, a Dra. Marta Rehme, e enviou uma carta aberta à Federação demandando mais empatia, respeito e acolhida nas consultas ginecológicas.
O resultado desta ação você encontra nesta página!
Ana tinha 14 anos quando foi ao ginecologista pela primeira vez acompanhada da própria mãe, e diferentemente da experiência informativa e acolhedora recomendada, o que aconteceu não passou nem perto disto…
Nat era virgem quando foi ao ginecologista pela primeira vez. Ela queria apenas orientação sobre uma doença comum que afeta milhares de mulheres todos os dias, a CANDIDÍASE, mas não foi o que ela encontrou.
Ana Gabriela buscou o ginecologista quando decidiu tomar anticoncepcional. A consulta ia muito bem, até ela comentar que era bissexual. O tom da consulta mudou e a médica demonstrou profundo despreparo ao abordar o assunto com Ana Gabriela.
Nay tinha 16 anos quando foi ao ginecologista pela primeira vez. Foi com o namorado “pegar um remédio” para evitar a gravidez. Mas o que ela não sabia era que, para a consulta funcionar, teria que tirar a roupa. Todo mundo sabia, menos a Nay.
Aos 30, Fernanda foi pressionada pela ginecologista a engravidar. A consulta se tornou, basicamente, um alerta à maternidade, à fertilidade e aos filhos. A médica sequer perguntou se Fernanda queria ser mãe.
Nascida em uma tradicional família mineira, G.R.G.C. não foi ao ginecologista na adolescência. Ela se recorda de, certa vez, ter sofrido com candidíase e ter sido obrigada a se tratar com chá de ervas devido ao receio de ir ao médico.
Carol teve a chance de ir ao ginecologista logo cedo, aos 12 anos. Embora ela tenha sido instruírda e bem orientada pela profissional, Carol se diz envergonhada até hoje de ir ao ginecologista. "É preciso acabar com esse taboo", sugere ela.
Com 16 anos, Ana fez sua segunda visita ao ginecologista. O desconforto de entrar no consultório com sua mãe, no interior, fez com que ela procurasse outra cidade para ir se consultar. Desta vez, quem foi com ela foi a vó.
Ana Luiza jamais imaginou que a primeira visita ao ginecologista durasse menos de 20 minutos. A médica receitou um anticoncepcional sem muita pesquisa, e logo a liberou. Ana saiu de lá cheia de dúvidas e com a sensação de não ter sido ouvida...
Nay teve uma Bartolinite, a inflamação de uma das glândulas locabilizadas nos pequenos lábios. A drenagem seria dolorosa e delicada, havia alertado a ginecologista. Nay segurou as pontas por um bom tempo, e quando finalmente expressou sua dor, Nay ouviu desaprovação e descaso.
Aos 14, Ana foi ao ginecologista acompanhada da mãe. Tudo corria bem, até o exame na cadeira ginecológica."Me senti violada. Não só do meu corpo, mas também da minha privacidade," escreve.
Quando Myrlande engravidou do marido, foi uma alegria só. Até o casal aprender a lidar com as dores de uma gravidez ectópica, que terminou na perda do filho e numa reflexão sobre maternar, luto e feminilidade.
Bethânia nutria com amor a primeira gestação, mas sofreu aborto espontâneo.
Seu parceiro morava fora e, sozinha, ela ouviu o frio diagnóstico do médico: "O feto parou de evoluir. Você precisa marcar a curetagem."
Em uma conversa descontraída e muito informativa, Ana Clara Otoni pergunta à médica ginecologista Marta Rehme, também Presidente da Comissão de Ginecologia Infanto-Puberal da Febrasgo, sobre os protocolos da primeira consulta (o que esperar?), os direitos das adolescentes de privacidade, como denunciar um abuso ou profissionais com condutas anti-éticas, os mitos e verdades sobre hímen, virgindade, corrimento, doenças sexualmente transmissíveis, métodos preventivos de gravidez e muito mais!
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