"Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida"
Simone de Beauvoir
A pandemia do Coronavírus ampliou o abismo social e expôs o já fragilizado sistema educacional brasileiro. Uma reportagem do El País, mostra que a Unicef (agência da ONU para a infância) calcula, a partir de dados públicos, que 5,5 milhões de meninos e meninas tiveram seu direito à educação negado durante a pandemia no Brasil.
A crise sanitária expôs ainda a dificuldade de acesso à internet, com as aulas remotas, e à necessidade de milhares de estudantes em contribuir com a renda e administração da casa. Já que o fechamento das escolas fez com que muitas famílias vulneráveis que precisavam deixar seus filhos menores nos centros educacionais para poder trabalhar fossem obrigadas a contar com, sobretudo, suas filhas para cuidar dos irmãos mais novos. Manter a motivação dessas jovens é um dos principais desafios na pandemia.
Com a proposta de inspirar por meio de histórias, a tribo Become Odara lançou o projeto #CartasChapadinha que mobiliza e conecta estudantes com mentores profissionais espalhados pelo mundo!
O projeto foi lançado em junho em reconhecimento ao Dia Internacional Contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho. A escola escolhida para a primeira edição do projeto é a Escola Estadual "Sebastião Peçanha de Oliveira", no distrito de Chapadinha, pertencente à Capelinha, no Vale do Jequitinhonha.
Veja abaixo como participar desta ação!
Reportagem da TVC, mostra a entrega das cartas do projeto pela nossa fundadora Ana Clara Otoni aos estudantes de Chapadinha. Na ocasião, os alunos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e compartilhar as suas ambições profissionais após a conclusão do Ensino Médio. Em cada carta recebida, os jovens encontraram o contato dos mentores do projeto. Esses colaboradores estão espalhados pelo Norte, Sul e Sudeste do Brasil, e também de países como Estados Unidos, México e Austrália.
Assista ao vídeo!
Em entrevista à TVC, nossa fundadora Ana Clara Otoni falou sobre o contexto que motivou a criação do projeto #CartasChapadinha e falou sobre os colaboradores da iniciativa que já conta com mentores do Norte, Sul e Sudeste do Brasil, e também de países como Estados Unidos, México e Austrália.
Na reta final do projeto #CartasChapadinha, um total de 144 cartas escritas em gênero neutro foram impressas em papel reciclado para serem entregues aos estudantes. A impressão dos adesivos foi gentilmente doada pela Atual Comunicação. A produção e elaboração do projeto são da equipe Become Odara, composta 100% por mulheres.
Encorajar estudantes do 3° Ano do Ensino Médio da Escola Estadual "Sebastião Peçanha de Oliveira", Chapadinha (MG), a continuarem a investir em sua formação educacional.
Escreva a carta forma neutra para que possa ser lida por pessoas de qualquer gênero.
Qual conselho você ouviu antes de entrar pra faculdade que fez a diferença na sua jornada? O que você aprendeu de lá pra cá que considera ser útil para alguém prestes a fazer o Enem ou prestar vestibular? Que conselho você daria para alguém a ponto de desistir dos estudos?
Coloque o seu contato de e-mail ou Whatsapp para que o aluno possa entrar em contato com você no futuro. A ideia é formarmos uma rede de mentores para esses alunos que talvez não tenham tido ainda acesso a alguém como você!
Encaminhe a carta até no máximo dia 30 de julho (sexta-feira) para becomeodara@gmail.com
(Envio de cartas encerrado)
A Escola Estadual “Sebastião Peçanha de Oliveira” é administrada pela Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, assistida pela SRE de Diamantina e foi criada conforme Portaria no48/2009 publicada no MG: 13.01.09.
Atualmente, a escola atende 262 alunos, sendo 144 alunos do Ensino Médio (turno matutino) e 118 alunos dos anos finais do Ensino Fundamental (turno vespertino) na modalidade de ensino regular. No segundo semestre de 2021, a escola começará atender a Educação de Jovens e Adultos no turno noturno.
Embora esteja localizada na sede do distrito, a referida escola é caracterizada como Escola do Campo, visto que a maioria de seus alunos é residente nas localidades vizinhas, área rural. Desta forma, a maioria destes alunos fazem uso do transporte escolar. Uma boa parte desses jovens apresenta interesse pelos estudos, apesar de contar com pouco apoio da família.
A escola procura incentivar seus alunos através de diálogos informais, rodas de conversas, palestras, depoimentos e incentivos diversos para continuarem seus estudos, como forma mais concreta de inserção no mercado de trabalho, mas muitos não apresentam grandes perspectivas neste sentido, geralmente as adolescentes se casam e ou se tornam mães muito cedo, algumas antes de concluir o ensino médio, e os meninos vão procurar emprego para ajudar suas famílias e se sustentar.
A principal fonte de renda das famílias atendidas pela escola é a agricultura, muitos pais trabalham em madeireiras, fazendas e na colheita do café, aproximadamente 90% possui o benefício da Bolsa Família, o nível de escolaridade dos pais é baixo, existem alguns analfabetos e a maioria cursou apenas os anos iniciais do ensino fundamental.
Grande parte destes alunos tem a televisão e o rádio como principais meios de informação, e um grande número começa a usar o celular como meio de comunicação e acesso à INTERNET, em especial neste momento do REANP (Regime Especial de Atividades não-presenciais).
A leitura praticamente se restringe ao ambiente escolar, que desenvolve projetos com diversas ações que despertam no aluno o prazer de ler, uma vez que esse incentivo não ocorre no ambiente familiar, devido ao baixo nível social e de escolaridade dos pais. Os resultados alcançados por esta instituição é reflexo do trabalho e compromisso de toda a equipe escolar.
Por Evanilde Cordeiro, diretora da Escola Estadual "Sebastião Peçanha de Oliveira".
Liderança: Evanilde Cordeiro, diretora da Escola Estadual Sebastião Peçanha de Oliveira.
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